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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Papa pede “globalização da caridade” para lidar com migrações

Santo Padre escreveu mensagem para Dia Mundial do Migrante e do Refugiado destacando medidas para humanizar as condições dos migrantes
Jéssica Marçal
Da Redação
Francisco pede empenho para humanizar situação dos migrantes e dos refugiados / Foto: Arquivo
Francisco pede empenho para humanizar situação dos migrantes e dos refugiados / Foto: Arquivo
O Vaticano divulgou nesta terça-feira, 23, a mensagem do Papa Francisco para o próximo Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, data que será comemorada em 18 de janeiro de 2015. Além de voltar a enfatizar a necessidade da cultura do encontro, o Papa pede uma “globalização da caridade e da cooperação” para lidar com a globalização do fenômeno da migração.
Retomando o tema da mensagem, “Igreja sem fronteiras, mãe de todos”, o Santo Padre destaca que a Igreja acolhe todos os povos e que Jesus convida todos a cuidar das pessoas mais frágeis.
Francisco traça um panorama da realidade atual das migrações, dando ênfase para o grande número de pessoas que deixa sua terra natal em busca de melhores condições de vida. Não raras são as ocasiões em que os movimentos migratórios despertam desconfiança e hostilidade, inclusive nas comunidades eclesiais, o que entra em contraste com o mandamento bíblico de acolher, com respeito e solidariedade, as pessoas necessitadas.
“Jesus Cristo está sempre à espera de ser reconhecido nos migrantes e refugiados, nos deslocados e exilados e, assim mesmo, chama-nos a partilhar os recursos e por vezes a renunciar a qualquer coisa do nosso bem-estar adquirido”, afirma na mensagem.
Como forma de assegurar o convívio harmônico nessa sociedade com intenso fluxo migratório, o Papa indica, novamente, a cultura do encontro para superar fronteiras. Ele também defende a colaboração concreta envolvendo Estados e Organizações Internacionais para gerir eficazmente os movimentos migratórios.
“À globalização do fenômeno migratório é preciso responder com a globalização da caridade e da cooperação, a fim de se humanizar as condições dos migrantes. Ao mesmo tempo, é preciso intensificar os esforços para criar as condições aptas a garantirem uma progressiva diminuição das razões que impelem populações inteiras a deixar a sua terra natal devido a guerras e carestias, sucedendo muitas vezes que uma é causa da outra”.
Francisco termina o texto deixando uma mensagem de esperança a todos os migrantes e refugiados. “Não percais a vossa confiança e a vossa esperança! Pensemos na Sagrada Família exilada no Egito: como no coração materno da Virgem Maria e no coração solícito de São José se manteve a confiança de que Deus nunca nos abandona, também em vós não falte a mesma confiança no Senhor”.

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